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updated 11:43 AM UTC, Feb 23, 2024
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ESTEJA ATENTO: a Plural&Singular faz 10 anos e vai lançar a 28.ª edição da revista digital semestral que dá voz às questões da deficiência e inclusão

Concurso de fotografia recebeu 146 imagens de inclusão na diversidade

Foram 146 as imagens recebidas na 7.ª edição do concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade”, num total de 53 candidaturas enviadas até 15 de abril de 2021.
Esta iniciativa, tendo em consideração o contexto epidemiológico, alargou o prazo de candidatura e cancelou a cerimónia de entrega de prémios, prevista realizar-se a 03 de dezembro de 2020 devido às condicionantes criadas pelas medidas adotadas pelo Centro Português de Fotografia para a realização presencial do evento.


Nesse sentido, a reunião de júri deste concurso – Sónia Silva, Paulo Pimenta e Maria Gil - acontecerá nos próximos dias e os vencedores são anunciados publicamente com o lançamento da 26.ª edição da Plural&Singular durante a manhã do dia 21 de maio, Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento.


Lançado em 2014 pela Plural&Singular, em parceria com o Centro Português de Fotografia (CPF), local que acolhe a exposição dos vencedores durante o mês de dezembro para assinalar o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, este concurso de fotografia procedeu a esta profunda alteração do calendário mas, conforme atesta Sónia Silva, a presidente do júri, a quase centena e meia de fotografias recebidas “é sempre um bom indicador da vitalidade desta iniciativa”.


Na próxima edição conta continuar a cativar participantes a captarem exemplares de “inclusão na diversidade” ou de registarem a exclusão e a consequente discriminação que ainda se manifesta pelos quatro cantos do mundo.


A organização, em comparação com as edições anteriores, verificou que houve um aumento da participação nacional e um decréscimo de candidaturas internacionais e das que foram submetidas por organizações. "Facilmente se explica esta evolução. Diminuímos, consideravelmente, a divulgação do concurso no estrangeiro porque as atividades e os projetos desenvolvidos foram menos durante a pandemia, fazendo com que a partilha por parte dos nossos parceiros internacionais e nas páginas das redes sociais ligadas à fotografia tenha também sido menor”, explica Sofia Pires, da organização.


Com este concurso, a revista digital Plural&Singular e o Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media que a gere pretendem, por um lado, primar pela qualidade técnica e pelo reconhecimento desta iniciativa no meio da fotografia, mas por outro, apelar à participação de fotografias mais “ingénuas” que respeitem o mote para as candidaturas.
“Quanto ao facto de termos menos candidaturas de entidades, era algo que poderíamos prever, mas não é, de todo, algo que queiramos que aconteça”, lamenta Sofia Pires. “As expetativas têm sido altas. Claro que a análise assenta principalmente na qualidade técnica da fotografia, mas nós queremos que a participação continue inclusiva porque mesmo as fotografias mais "ingénuas" têm por trás projetos que merecem ser divulgados e este concurso também é um meio para o fazer", conclui.

 

 

Júri da 7.ª edição do concurso de fotografia:

Sónia Silva - Presidente do júri - técnica do Centro Português de Fotografia/Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. 

 

Paulo Pimenta – fotojornalista do jornal Público.

 

 

Maria Gil - Atriz e ativista 

A sétima edição desta iniciativa quer, de uma maneira geral, prestar uma homenagem a todas as etnias existentes no mundo e sublinhar a importância de todos os povos preservarem as respetivas identidades culturais, costumes e tradições e, em particular, chamar a atenção, para a valorização e divulgação da cultura cigana como forma de preservar a identidade e promover uma melhor inclusão. 

Portugal é hoje uma sociedade com pessoas de diversas origens mas o aumento do racismo e da xenofobia, a par do crescimento dos movimentos de extrema-direita são uma ameaça à diversidade e ao diálogo intercultural no seio da sociedade portuguesa, na Europa e no resto do mundo.

O European Social Survey aponta que Portugal é o país europeu que mais acredita que há raças ou grupos étnicos que nasceram menos inteligentes e trabalhadores. Esta ideia de racismo biológico é defendida por 52,9% da população portuguesa. Além disso, no último eurobarómetro sobre o tema, 67% dos portugueses inquiridos consideram que a discriminação com base na origem étnica está enraizada na sociedade.

Apesar de todos os antecedentes desfavoráveis as comunidades ciganas têm conseguido preservar os costumes, as crenças e as instituições comuns que fazem parte da sua cultura, mas as desigualdades e a discriminação de que são alvo são visíveis em todos os indicadores, desde a procura de emprego até à educação, passando pela habitação e acesso a cuidados de saúde.

“A equipa da Plural&Singular e do Núcleo de Inclusão não pode, simplesmente, assistir à apropriação discriminatória da informação para continuar a alimentar estereótipos negativos e não fazer nada. É nesse sentido que se pretende aproveitar a visibilidade do concurso de fotografia para alertar para estas questões. Esta já é a ‘missão’ desta iniciativa, mas em cada ano queremos reforçar sempre mais essa intenção de defesa da igualdade de direitos e de oportunidades e da promoção da paz”, refere a organização do concurso.

O concurso internacional de fotografia “A inclusão na diversidade” promove a equidade e a igualdade de oportunidades e, sete anos depois do lançamento desta iniciativa, a revista digital Plural&Singular, gerida pelo Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media, decidiu convidar Maria Gil para júri com o intuito de chamar a atenção para a interseção entre dois eixos de opressão: a etnia e o género.

“Foram seis edições a dirigir convites a pessoas para integrarem o painel de jurados sempre ligadas às questões da inclusão na deficiência. O ano passado já focámos um pouco as questões de género na deficiência, mas este ano era imperativo ajudar a desconstruir os estereótipos e preconceitos negativos que muitas pessoas, algumas até assumindo-os publicamente, manifestam em relação às comunidades ciganas. A Maria Gil é um dos rostos desse ativismo e nada melhor do que nos juntarmos a quem melhor conhece as opressões existentes”, explica a organização em relação à escolha da jurada em 2020.

Maria Gil é mulher e cigana – tendo em consideração a conotação negativa da palavra prefere usar o termo roma. Vive no Porto, é mãe de quatro filhos, atriz e ativista dos direitos humanos.

Enquanto ativista tem participado em palestras, debates, sessões de esclarecimento e ações de sensibilização na luta pela dignidade dos portugueses ciganos mas também participa em ações de solidariedade em prol da comunidade em geral.

Maria Gil responsabiliza, em parte, os media e os jornalistas por serem “perpetuadores da injustiça e desigualdade” de que as comunidades ciganas são alvo, mas por outro lado considera que o teatro que tem vindo a fazer é uma “excelente ferramenta para dar voz à invisibilidade”, mas também entende que a fotografia tem o poder de ajudar a desconstruir os estereótipos e preconceitos negativos existentes.

“Fazemos parte da sociedade, somos portugueses ciganos com características específicas. O que me interessa a mim é que a comunidade geral comece a dar ouvidos às nossas reivindicações, principalmente, enquanto mulheres portuguesas ciganas”, conclui.

A ativista vai juntar o olhar “amador” na avaliação das fotografias, como vem sendo habitual, ao olhar técnico dos dois especialistas que completam o trio de jurados: Sónia Silva, em representação do Centro Português de Fotografia, nomeada presidente do júri, e o fotojornalista do jornal Público, Paulo Pimenta.

Mais sobre o concurso
Foi lançado em 2014 pela Plural&Singular, em parceria com o Centro Português de Fotografia (CPF), e em 2020/21 continuou à procura de "inclusão na diversidade". No ano de arranque estiveram 61 imagens em concurso, um número que evoluiu para 85 na 2.ª edição (2015). Na 3.ª edição (2016) recebeu 144 fotografias, na 4.ª edição (2017) 107 imagens e em 2019 (6.ª edição) teve uma centena de imagens a concurso. O desafio agora era claro mas não era simples: manter ou ultrapassar o resultado da 5.ª edição: 149 fotografias. “Esteve-se perto com 146 imagens, mas para o ano temos que ultrapassar este número, em jeito de homenagem ao verdadeiro desconfinamento que 2022 parece prometer”, refere Sofia Pires.


Já se sabe que este concurso pretende assinalar o aniversário da Plural&Singular e o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, ambos comemorados a 03 de dezembro, e que a ideia principal é captar através de uma imagem o verdadeiro sentido de inclusão ou que denuncie a falta dela.


Relembramos que o tema para este concurso - "A Inclusão na Diversidade" – pretende estimular o “olhar atento” por parte das pessoas ao verdadeiro sentido de inclusão e à presença ou ausência dela no meio que as rodeia, assim como, fazer com que reflitam sobre o que é uma sociedade caracterizada pela diversidade.


Desmistificar a deficiência junto das pessoas sem deficiência e combater os atos discriminatórios associados às ‘diferenças’ são outros propósitos importantes deste concurso de fotografia promovido em prol de uma sociedade verdadeiramente inclusiva na diversidade.


Embora esteja patente no regulamento, nota para o facto das fotografias serem avaliadas com base nos seguintes critérios: adequação ao tema do concurso; criatividade; composição e podem concorrer todos os fotógrafos, amadores e profissionais, crianças e adolescentes, jovens, adultos e idosos, a título individual ou em representação de alguma entidade.


Mais informações através do email Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou pelo telefone 913077505

 

 

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