Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide assinalado com as XIV Jornadas da ANDAR
- Escrito por Sofia Pires
- Publicado em Saúde e Bem-Estar
Para assinalar o Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatoide que se celebra a 5 de abril a Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR) realiza, no dia 10 de abril, as XIV Jornadas dedicadas a esta patologia.
A iniciativa, que terá lugar no Hotel Altis em Lisboa, tem como destaque o período da tarde, no qual decorre a mesa redonda sobre a doença e o tratamento onde, entre outros temas, vão ser discutidos os “Genéricos e Biossimilares – São todos Iguais?”. Esta mesa redonda, que decorre a partir das 14h00 e é presidida pelo Presidente da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas, Augusto Faustino, precede o debate “Acesso ao SNS e Condições de utilização dos Biossimilares”, um momento moderado pela jornalista Marina Caldas, que decorre às 16h00, e que conta com a intervenção de médicos, deputados e de representantes de entidades reguladoras da saúde em Portugal.
Para o período da manhã estão reservadas as intervenções sobre a artrite reumatóide e as comorbilidades e sintomas associados à doença, tais como a fadiga, os problemas gastrointestinais, cardiovasculares e a vida pessoal e sexual do doente com artrite reumatóide. Esta conferência, presidida pela Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, Viviana Tavares, decorre às 10h30 e conta com a participação dos médicos Adriano Neto, João Madruga, Paulo Coelho, Maria José Parreira e Jorge Cardoso.
Além destes, irão acompanhar o encontro diversas personalidades ligadas à saúde, entre as quais o reumatologista e secretário-geral da ANDAR, António Vilar, Maria do Céu Machado, Adalberto Campos Fernandes, Pereira Miguel, José Alberto Pereira da Silva, Joaquim Polido Pereira, Elsa Sousa, Canas da Silva, João Eurico, José Alves, e de diversos deputados como Maria Antónia Almeida Santos (Presidente da Comissão Parlamentar da Saúde), Álvaro Beleza, Isabel Galriça, João Semedo e Ricardo Baptista Leite, entre outros convidados.
Para Arsisete Saraiva, representante da ANDAR, “o programa da edição deste ano das jornadas pretende, principalmente, levar à discussão do peso que a artrite reumatóide tem na vida do doente mas também promover a discussão em torno do acesso do doente ao tratamento e fazer a distinção entre biológicos e biosimilares, um tema que tem estado na ordem do dia mas que ainda é bastante confuso em termos de semelhanças, benefícios e riscos”.
A Artrite Reumatoide é uma doença reumática que pode levar à destruição progressiva e irreversível das articulações e leva milhares de portugueses a desistirem das suas carreiras profissionais, o que acarreta graves consequências económicas e sociais.
As XIV Jornadas da ANDAR pretendem reunir doentes, médicos e políticos em torno da discussão de problemas relacionados com as comorbilidades associadas a esta doença, à vida pessoal dos doentes e às diferenças entre biológicos e biossimilares, entre outros temas.
Mais sobre a artrite reumatoide:
A artrite reumatoide é uma doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida. Envolve particularmente as articulações, provocando dores nas mãos, punhos, cotovelos, joelhos e pés. Esta patologia, que atinge mais o sexo feminino do que o masculino, pode afetar também os olhos, o coração, os pulmões, os rins, o sistema nervoso periférico e provocar anemia.
Surge com maior frequência na faixa etária dos 30-40 anos, afetando a capacidade produtiva do indivíduo bem como a sua vida familiar e social.
A artrite reumatoide é tratável e deve ser acompanhada por um especialista, com experiência no diagnóstico e tratamento. Caso a doença seja descurada ou menosprezada, a mobilidade do doente poderá ficar reduzida.
Os reumatologistas conseguem controlar hoje os sintomas em 90 % dos casos e obter a remissão da doença em 75% dos doentes. Quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento, melhores os resultados.
Pode manifestar-se através de um ou mais episódios e a sintomatologia pode desaparecer, mas, em alguns casos, mantém-se ativa durante toda a vida. O prognóstico é tanto melhor quanto mais precoce for o diagnóstico e o início do tratamento correto.
A artrite reumatoide é primeira causa de incapacidade temporária. Afeta sobretudo mulheres em idade produtiva, no início de uma carreira profissional, que pretendem constituir família, e que, repentinamente ficam impossibilitadas de prosseguir com as suas atividades diárias nas vertentes mais diversas da sua vida (pessoal, familiar, social, profissional). O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais, uma vez que contribuem para um maior controlo da evolução da doença evitando a incapacidade funcional para o trabalho. As terapêuticas inovadoras, concretamente as biológicas, têm contribuído para um maior controlo da doença e, em muitos casos, para sua remissão.
Estudos do Instituto Português de Reumatologia comprovam que doentes com Artrite Reumatoide mal controlada custam 2,5 vezes mais do que doentes em remissão. Os valores apresentados indicam que 45% são relacionados com gastos com medicamentos, 29% com custos de consultas, 8% com exames realizados, 9% com as hospitalizações, 7% com hospital de dia e 2% com idas às urgências.
Segundo Arsisete Saraiva, presidente da ANDAR – Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide, “Diagnosticar precocemente evita custos muito elevados para o Estado e tratar continuamente da forma adequada, permite uma poupança efetiva nos bolsos dos portugueses. Sem falar dos custos sociais que um doente destes acarreta para as famílias bem como as dificuldades no plano individual”.