Festival Extremus com iniciativas no Porto, Gondomar e Vila Nova de Gaia
- Escrito por Paula Fernandes Teixeira
- Publicado em Cultura
A 16.ª edição do Festival Internacional de Expressões na Música, Dança e Teatro Extremus, arranca hoje e estende-se até 18 de maio. À Plural&Singular, a organização destacou a realização de um ‘workshop' que visa contrariar a ideia de que “para a deficiência qualquer coisa serve” e a conferência “Arte Inclusiva para ocupar ou desocupar”.
Organizado pela "Era uma vez... Teatro", da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC), com o apoio do Instituto Nacional para a Reabilitação, o Extremus além do Porto e Gondomar, pela primeira vez vai decorrer em Vila Nova de Gaia.
"Queremos mexer com as consciências, pôr a pensar e dar a conhecer o trabalho das instituições e não só. Muito se faz de arte inclusiva em Portugal, mas às vezes fechamo-nos nas nossas capelas, e não temos o cuidado de profissionalizar. E há profissionais disponíveis para colaborar e há muitos trabalhos bons e com qualidade”, descreveu a diretora artística, Mónica Cunha.
Iniciado em 1999, o Extremus vai na 16.ª edição e, no total das 15 anteriores, o festival foi responsável pela programação de 130 espetáculos, apresentou em palco 95 companhias profissionais e amadoras nas áreas de criação em dança, teatro e música de e para pessoas com deficiência.
Praticamente lotado no primeiro dia, o Extremus 2019 junta mais de uma dezena de companhias e grupos de teatro contando com a anfitriã e a APPsound, ambas da APPC. Soma-se o Grupo de Expressão Corporal da URDPII e a Orquestra ligados às máquinas (APCC Coimbra), a Companhia de artes performativas “Em movimento” (APPACDM Ponte de Lima), o Teatro Fantasia (APPACDM Santarém), o Grupo Cearia (CEERIA), o Movimento DançasAparte (CERCIMA), a Companhia BACANTOH, a Crinabel Teatro, o Grupo de Teatro ALGUIDAR e a INDY & TRUPE.
As iniciativas vão decorrer a APPC Centro de Reabilitação, Armazém 22 / Vila Nova de Gaia, Auditório da J. Freguesia de Campanhã, Auditório Horácio Marçal / J. Freguesia de Paranhos, Biblioteca Municipal de Gondomar, Escola Básica e Secundária do Cerco e Mira Fórum / Porto Campanhã.
Mónica Cunha destacou do programa deste ano, o ‘workshop’ denominado “O que (não) escolhemos / O que (não) vemos / O que (não) damos a ver” que tem como objetivo desmistificar junto dos profissionais da área da cenografia a ideia de que “um grupo de teatro amador com atores com deficiência, portanto qualquer coisa serve”. Está agendado para dia 17 na Escola Básica e Secundária do Cerco, no Porto.
Nota também para a conferência “Arte Inclusiva para ocupar ou desocupar” agendada para dia 18 no espaço Mira Fórum e difundida ‘online' pelo ‘site' da APPC que, de acordo com a responsável, é “uma conferência provocatória” pois “pretende abrir um debate sobre o trabalho nas artes inclusivas”, de forma a “passar a ideia de que não se fazem estas iniciativas para ocupar pessoas, ocupar por ocupar, mas porque é arte”.
Na conferência serão oradores o ator, encenador e fundador da Crinabel, Francisco Brás, a coreógrafa Inês Carvalho e a bailarina Joana Castro, bem como a pintora e artista plástica Suzete Azevedo, Fuse do grupo musical Dealema, e Joana Cardoso, terapeuta ocupacional e membro da direção técnica da APPC.
O Extremus terá ainda a vertente “Extreminhus”, que se traduz num projeto educativo especialmente vocacionado para o público infantil com a organização a pretender “sensibilizar os futuros adultos”.