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updated 5:17 PM UTC, Dec 13, 2024
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Rio2016 em contagem decrescente

Faltam 20 dias para o arranque dos Jogos Paralímpicos que vão disputar-se no Rio de Janeiro, Brasil… A Plural&Singular recorda a peça de antecipação publicada na 15.ª edição da revista digital trimestral em maio. Com palavras do chefe de Missão, Rui Oliveira, destaque para as estreias, sem esquecer o convite lançado a Marcelo Rebelo de Sousa…

Texto: Paula Fernandes Teixeira
Fotos: CPP

Os Jogos Paralímpicos Rio2016 realizam-se em setembro e Portugal já sabe que estará representado em sete modalidades, duas das quais novas. A preparação tem sido intensa, praticamente ao minuto e com muita dedicação de atletas, clubes e federações, conta à Plural&Singular, o chefe de missão Rui Oliveira, confessando que já se pensa em Tóquio2020 [entrevista fechada a 03 de junho]

É inevitável perguntar a Rui Oliveira quais são os sonhos e expectativas da Missão portuguesa, mas o representante do CPP recorda que estes serão Jogos Paralímpicos “com mais países, com mais atletas e com atletas de grande nível”. “O movimento Paralímpico é hoje um movimento profissionalizado, coisa que infelizmente não acontece com Portugal”, lamenta.

Mas isto não significa que Portugal não tenha atletas posicionados no ranking entre os seis primeiros, logo pode “surpreender pela positiva”, embora Rui Oliveira entenda como “certo” que “o desenvolvimento do desporto Paralímpico é de tal ordem que em qualquer Campeonato da Europa ou do Mundo, o ranking muda de uma forma muito acentuada”.

Por isso, pela idade de alguns atletas, logo pela necessidade de renovação, e pelas dificuldades ou diferenças que Portugal experiencia na sua preparação face às que outros países têm, a Missão Rio2016 está a preparar-se para a luta no Brasil mas já está a pensar Tóquio2020.

“A Missão Rio2016 está praticamente fechada. Agora vamos para a competição. Portanto há que começar a pensar em Tóquio2020, pensando no que correu bem e menos bem neste processo. É preciso analisar a realidade internacional e a realidade nacional e ver que alterações serão precisas para que os resultados em Tóquio sejam melhores do que os do Rio”, refere Rui Oliveira.

Mas voltando a sonhos… O Chefe de Missão recusa apontar nomes de potenciais vencedores de medalhas mas garante que Portugal tem atletas bem posicionados no ranking e naturalmente expectativas de obter resultados de pódio. “Ninguém vai para o Rio para competir por competir. Muitos deles têm experiência Paralímpica e vão determinados a lutar. A expectativa é alta e a responsabilidade muito grande. Não vamos viajar ao Rio de Janeiro. Vamos competir”, sintetiza.

Inclusão das modalidades nas federações: aposta ganha!
Em Londres, há quatro anos, apenas algumas modalidades, nas quais Portugal esteve representado, estavam integradas nas respetivas federações. Outras encontravam-se no âmbito da Federação Portuguesa de Desporto para as Pessoas com Deficiência.

A realidade agora é outra e Rui Oliveira classifica-a de “aposta ganha”. “A opção do CPP de integrar as modalidades e os atletas nas respetivas federações foi uma decisão arriscada mas que se revela neste momento certa. Nós temos nas federações os parceiros ideais para a preparação dos nossos atletas. Cada vez falamos menos de desporto adaptado e falamos mais da modalidade”, descreve.

O Chefe de Missão defende que “os atletas devem estar num trabalho inclusivo com as federações, com as mesmas condições de preparação e de estágios que os restantes atletas, com técnicos altamente qualificados para o treino”, logo sublinha que esta decisão foi “acertada” até porque “começa a revelar frutos”.

O aparecimento de novas modalidades Paralímpicas e de novos valores são exemplos: “Isto está a fazer mexer o desporto para pessoas com deficiência em todas as áreas. E poderá proporcionar a prazo a renovação de atletas que Portugal necessita”, conclui Rui Oliveira.

No Rio de Janeiro, de 7 a 18 de setembro haverá estreantes e experientes a competir de igual para igual com grandes potências mundiais. Haverá espetáculos de pirotecnia e samba na sessão de abertura, lágrimas e suor durante as provas, e a sensação de missão cumprida no final, com certeza. LER REPORTAGEM COMPLETA A PARTIR DA PÁGINA 62 DA 15.ª EDIÇÃO DA PLURAL&SINGULAR

 

Mais sobre Rui Oliveira: Rui Oliveira desempenha funções de coordenador da estrutura de gestão do programa de preparação paralímpica e de secretário-geral do CPP. Em março do ano passado, reagindo à nomeação para Chefe de Missão Rio2016 considerou que “assumir a liderança da Missão Portuguesa aos Jogos Paralímpicos é, por um lado uma honra, mas por outro, um desafio de enorme responsabilidade”. No comunicado do CPP sobre esta nomeação, Rui Oliveira prosseguia… “O compromisso será o de trabalhar no sentido de garantir as melhores condições de estadia e trabalho a todos os membros da Missão, dirigentes, treinadores, equipa médica e, no caso específico dos atletas selecionados, as melhores condições de preparação durante os dias em que iremos permanecer na Aldeia Paralímpica”, disse. O Chefe de Missão dos Paralímpicos Rio2016 integrou, na qualidade de treinador, a seleção portuguesa de pessoas com deficiência nos Jogos Paralímpicos Seul1988 e Barcelona1992, bem como nos Campeonatos Mundiais de 1990, Europeu de Natação de 1991 e I Taça do Mundo de Boccia no mesmo ano. À licenciatura em Educação Física, pelo Instituto Superior de Educação Física de Lisboa, Rui Oliveira soma uma especialização em Educação Especial e formação complementar na área de boccia e natação adaptada. Desempenhou funções na autarquia de Lisboa, nomeadamente na estrutura organizativa dos Jogos de Lisboa entre 1994 e 2000.

CPP convida Marcelo Rebelo de Sousa a marcar presença nos Paralímpicos: O presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP), Humberto Santos, convidou no início de abril o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a marcar presença nos Jogos Paralímpicos Rio2016. Esta informação foi transmitida aos jornalistas poe Humberto Santos à saída de uma audiência em Belém. “Não ficou confirmada a presença mas houve uma total disponibilidade em colaborar numa representação institucional”, revelou o presidente do CPP, adioantando que a conversa com o chefe de Estado português também serviu para falar de expectativas para os Jogos e “de forma muito genérica” da preparação para Tóquio2020.

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