Portugal: os heróis!
- Escrito por Paula Fernandes Teixeira
- Publicado em Desporto
Tiago Ramos marcou, a segundos do final do tempo regulamentar, o golo que permitiu aos lusos continuar a sonhar com uma vitória na prova. Rui Rocha é guarda-redes mas não se limitou a defender… De um conjunto de “guerreiros”, como chamou à equipa o capitão Vilarinho, eis as “estrelas” de hoje…
Para Vítor Vilarinho, feliz após a conquista da primeira vitória no Campeonato da Europa de Futebol de 7 [5-4 frente à Irlanda do Norte, após grandes penalidades], Portugal mostrou ter “espírito guerreiro”.
O capitão garante que “deixaram tudo em campo” e que apesar de algumas derrotas pesadas sofridas ao longo da prova, a equipa portuguesa não conhece a palavra “desistir”.
Tiago Ramos também não escondeu a “alegria enorme” que sentiu quando fez o golo do empate aos 60 minutos: “Foi muita emoção. Nunca deixei de acreditar que era possível ganhar este jogo e conseguimos”, descreveu.
O avançado, atleta da APPC/ARDA – Porto, garantiu que Portugal tem “trabalhado muito para um dia chegar a um nível mais elevado” e, segundo disse acreditar, “são estes jogos que fazem aprender e melhorar”… “Ano após ano vamos continuar a tentar melhorar e conquistar objetivos cada vez maiores”, prometeu.
Outro – ou mesmo “o” – dos heróis do dia foi o guarda-redes Rui Rocha que defendeu aquilo que pode e marcou uma das grandes penalidades que deram a vitória a Portugal.
“O golo [o 2-2 aos 60 minutos que obrigou a prolongamento] deu-nos uma grande moral. Depois nas grandes penalidades, os dois últimos tive de se recorrer aos guarda-redes e eu fui feliz. Tive a sorte de marcar… Como o campo estava, avaliei, e vi que bastava ser um pontapé colocado e certeiro e entrava”, descreveu.
O guarda-redes chegou a temer, por segundos – aqueles segundos muito rápidos para quem está de fora mas que parecem passar em câmara lenta para quem está de frente para a baliza coim a bola a queimar nos pés – que iria falhar… “Na altura do remate o meu pé de apoio escorregou. Tive medo que não entrasse”, confessou Rui Rocha.
Seguiu-se o remate de grande penalidade do guardião da Irlanda do Norte… Rui Rocha percebeu o desenho do remate e não hesitou, para felicidade da seleção nacional, na defesa.
“O guarda-redes da Irlanda do Norte denunciou muito o pontapé dele. Eu vi-o a olhar muito para o meu lado direito. Pareceu-me focado no lado direito e de facto avaliei bem. Estamos de parabéns porque lutamos até ao fim”.
Quando questionado sobre este jogo, Rocha rejeitou o rótulo de “herói”, preferindo apontar mérito a toda a equipa: “A equipa toda tem mérito porque aguentamos um piso muito difícil, aguentamos a pressão de estar em casa, aguentamos a roupa molhada, a vontade de resolver rápido. Foi um sacrifício de equipa”, descreveu.
“As derrotas foram amargas mas estou contente porque conseguimos apurar-nos para o Campeonato do Mundo. Claro que tínhamos outras ambições e até sonhamos com a final e com os Paralímpicos. Não foi possível, agora vamos focar-nos no Mundial”, acrescentou em jeito de balanço desta prova e de antevisão às próximas.