APN: Projeto de Vida “In”dependente em risco

O projeto de vida independente e da assistência pessoal que a Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares (APN) implementou em 2011 foi até março deste ano, co-financiado pela Direção Geral da Saúde, mas agora o projeto piloto corre o risco de acabar, por falta de financiamento. 

Desde 2011, o serviço de assistência pessoal beneficiou 83 doentes neuromusculares e formou e empregou 52 assistentes pessoais, o que resultou em mais de 44.000 mil horas de assistência pessoal. 

“Todas estas conquistas serão consideradas perdas, já que, por falta de verba, no início de 2016, deixará de apoiar 30 pessoas por falta de apoio financeiro por parte das entidades competentes. Um apoio fundamental e que gostaríamos de recuperar o mais brevemente possível”, refere a vice-presidente da APN, Ana Gonçalves.

O projeto Vida “In”dependente confere uma maior qualidade ao dia-a-dia de quem tem uma doença neuromuscular, sendo que as necessidades dos doentes neuromusculares vão muito para além dos cuidados médicos. Ao longo dos últimos anos, com este projeto foi possível tornar os participantes no projeto cidadãos mais autónomos, ativos, integrados e, principalmente, pessoas mais felizes.

Os assistentes pessoais da APN ajudam nas atividades diárias e fundamentais do doente, ao mesmo tempo que lhe permitem tomar decisões sobre a sua vida, trabalhar, passear, praticar desporto, ir ao cinema ou estar com amigos. A relação entre doente e assistente é uma relação que se prolonga muito para além da assistência pessoal e se transforma em amizade e companheirismo. 

“Ser assistente pessoal é mais do que prestar apoio aos doentes neuromusculares na realização das atividades quotidianas essenciais. É ajudar a ultrapassar algumas dificuldades habituais da sua situação de dependência, cuidar, promovendo uma maior autonomia. É estar lá, como assistente, como amigo ou até como um membro da família, com base numa relação de respeito mútuo», remata Ana Gonçalves.