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updated 11:43 AM UTC, Feb 23, 2024
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Era uma vez…o Estórias da Madeira

A candidatura do Estórias da Madeira – Oficina de criatividade, empoderamento e transformação pessoal, um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Inclusão, Comunicação e Media em parceria com a Because I Care submetida ao Parcerias para o Impacto do Portugal Inovação Social, foi aprovada.

O Estórias da Madeira é um programa de apoio, acompanhamento e capacitação estruturado para os cuidadores informais ao nível da sua saúde mental e da sua inclusão social, económica e profissional, de forma a aumentar o bem-estar e a qualidade de vida deste grupo e, assim, potenciar a sua transformação.

Segundo a psicóloga clínica Fátima Saraiva, que integra a equipa técnica do projeto, “o Estórias da Madeira “entende a pessoa como um todo integrado”. “Esta visão prima por maior responsabilidade, por um desenvolvimento mais harmonioso, por felicidade e alegria de viver”, começa por explicar a psicoterapeuta. “Sabemos que nas redes das relações que marcam a existência humana nada está definido e acabado, há possibilidades de nos superarmos todos os dias. Para isso, é essencial que consigamos transformar o caos em ordem, a falta de sentido em perspetiva de vida, a ausência de valores em humanismo renovado e ações comprometidas, o vazio em oportunidade de crescimento, de poder e de transformação. Se conseguirmos fazer isso, mudaremos o curso das nossas vidas e estaremos a escrever ou reescrever estórias”, termina.

E a proposta do Estórias da Madeira pretende isso mesmo: além da realização de várias oficinas, propõe-se a contar a “estória” dos objetos e das pessoas envolvidas com o foco no empoderamento das mesmas. “Ao contar a estória dos objetos contam-se as estórias das pessoas ou pelo menos contribui-se para que as pessoas reflitam sobre a carga emocional dos objetos e lhes consigam atribuir novos valores baseados nas emoções e recordações associadas”, contextualiza a coordenadora do projeto, Sofia Pires. “Ao fazê-lo também se pretende empoderar as pessoas em causa e promover a respetiva inclusão social, ao mesmo tempo que se promove a consciencialização para o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza”, acrescenta.

As oficinas de reciclagem, bricolage e decoração vão funcionar como “ponto de encontro” de todas as outras iniciativas previstas, nomeadamente as oficinas de diversos saberes e de informação que se pretendem realizar dirigidas aos beneficiários deste projeto. “Além de se reciclar, reutilizar, restaurar objetos enquanto se conta a estória que carregam, vai-se também valorizar as competências das pessoas, refrescando-lhes a dignidade e a autoestima e muni-las de informação útil para estarem melhor preparadas para a tarefa de cuidar”, acrescenta Sofia Pires.

As oficinas de saúde mental serão a “pedra de toque” deste projeto, já que se pretende, através de consultas de psicologia clínica, psicoterapia, grupos psicoeducativos, terapia de grupo e coaching e desenvolvimento pessoal, aumentar o bem estar geral dos cuidadores beneficiários deste projeto e dos respetivos dependentes a cargo.

Fátima Saraiva sublinha que o mundo assiste a um “agravamento dos problemas de saúde mental” que “tendem a inibir a participação das pessoas que deles e com eles sofrem”. Em Portugal a pandemia, o confinamento e os consequentes sentimentos de solidão, medo, ansiedade angústia causaram um impacto muito forte na saúde mental dos portugueses. “No caso particular dos cuidadores, o próprio ato de cuidar, porque conduz a sobrecarga cognitiva e emocional e isolamento social, pode originar problemas de saúde mental”, realça a psicóloga.

Estas oficinas vão “remediar ou prevenir” esses problemas através da promoção da autorregulação emocional e da autoeficácia porque para cuidar bem é preciso estar bem. “E porque a abordagem é holística e nesta tudo está interligado, nada é desligado e isolado, tudo pulsa em sintonia, o Estórias da Madeira pretende, simultaneamente, melhorar o funcionamento emocional e psicológico das pessoas cuidadas”, sublinha a psicoterapeuta.

As oficinas de lazer serão, por sua vez, a “cereja no topo do bolo” deste projeto, visto que se realizam com o objetivo de promover a socialização, funcionando como aliadas de toda a intervenção. Vai-se fomentar a participação em atividades lúdicas, turísticas, culturais e desportivas de forma a promover a inclusão social dos cuidadores e cuidadoras informais e para que compreendam a importância do divertimento e do descanso para o equilíbrio físico e mental e para cuidarem melhor.
“Para cuidarmos de nós, mantermo-nos equilibrados e com alegria de viver é imperativo realizarmos atividades de natureza lúdica e em contexto relacional. Ao fazê-lo estamos a intuir um sentido maior, um pulsar no aqui e agora, um tropeçar em momentos que, embora fugazes, são felizes e permitem renovar energias e gravar outras memórias”, justificou Fátima Saraiva.

O projeto culminará com a apresentação dos resultados desta intervenção, nomeadamente algum do mobiliário restaurado e os produtos de bricolage elaborados no “Claraboia – Feira de coisas | Festival de ideias” onde se vai poder partilhar com a comunidade todas as estórias, os produtos desenvolvidos e as temáticas abordadas ao longo destes 16 meses de trabalho. “O Claraboia, além de funcionar como uma mostra do projeto vai permitir receber o feedback da comunidade em relação ao Estórias da Madeira, de uma maneira mais direta, pois as pessoas poderão comprar os produtos e participar nas oficinas que serão realizadas”, enquadra Sofia Pires.

O evento de apresentação pública deste projeto, que contou com a Câmara Municipal de Guimarães enquanto Investidor Social, está previsto realizar-se no final do mês de fevereiro, sendo o local, a data e hora divulgados brevemente.

Este projeto viu o financiamento de cerca de 97 mil euros aprovado no mês passado pela Autoridade de Gestão do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) – Portugal Inovação Social, sendo a Câmara Municipal de Guimarães o seu investidor social, ficando responsável pela comparticipação de 30% deste valor, a que corresponde cerca de 29 mil euros.

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